Presidente da Fenaj visita Capital e apresenta projetos para defesa em 2023

Visita é motivada pela posse do presidente do SindJor, que atuará junto à Federação nas causas do jornalismo

Foto de Luiz Alberto/ – Samira Castro e Walter Gonçalves Filho

A presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Samira Castro, visitou jornalistas e acadêmicos nesta sexta-feira, 4 de Novembro, para falar sobre o futuro da profissão no Brasil. Samira está presente em Campo Grande para a posse do presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul (SindJor MS), Walter Gonçalves Filho.

“Nós temos divulgado muito as propostas da Fenaj para o próximo período, tendo em vista a possibilidade de assumir um novo governo federal e emplacarmos as pautas dos jornalistas. Temos umas série de demandas históricas que precisamos suprir”, afirma a presidente.

Aproveitando o evento, a presidente da Fenaj conheceu jornalistas do Mato Grosso do Sul e os veículos locais, levando as pautas que serão as lutas da Federação no próximo semestre. Além disso, Samira e Walter estiveram na Universidade Federal (UFMS) para conversar com os acadêmicos do sexto semestre de jornalismo.

Jornalistas conversam com acadêmicos na UFMS sobre a importância da Fenaj (Foto: Luiz Alberto)


Diploma – Uma das questões levantadas por Samira Castro é o Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da obrigatoriedade do diploma para exercer o jornalismo, que foi aprovada em 2012, mas, desde então, aguarda votação da Câmara Federal, sendo necessário 318 votos, no mínimo, para aprovação da Casa.

“É preciso que o Executivo sinalize e constitua força política para negociar com o Congresso e nós tenhamos nossa PEC aprovada”, explica a presidente da Fenaj.

“Na minha gestão em 2019 teve a questão da Medida Provisória que retirava a obrigatoriedade do registro profissional de jornalismo. Já não tínhamos o diploma, então fizemos uma luta com todos os sindicatos e a Fenaj e derrubamos. Também conseguimos derrubar a medida que queria retirar as horas extras”, afirma Walter Gonçalves Filho.

Regulamentação – Além do diploma para assegurar o exercício da profissão por alguém preparado, outra questão da Fenaj é a atualização da regulamentação do jornalismo no país, pois o último decreto é de 1979.

“Atualmente, está extremamente desatualizado, porque nós temos novas funções e cargos que não existem mais. Por exemplo, precisamos incorporar a assessoria de imprensa como uma atividade específica do jornalista e no Brasil é um campo majoritariamente constituído por jornalistas”, expõe a presidente.

Piso e taxação – Sem regulamentação salarial, a Federação também quer lutar pelo piso salarial fixado a cinco salários mínimos para a categoria e a taxação das grandes plataformas digitais para criar um fundo nacional de apoio aos profissionais.

“Ao mesmo tempo que nós temos muitos ‘desertos de notícias’, cidades e locais que não possuem sequer um veículo de comunicação, com pessoas que vivem sem informação sobre o seu dia a dia, temos uma massa de jornalistas desempregados, porque o mercado não consegue absorver todo mundo. O jornalismo talvez seja uma das profissões que mais passa por crises nesses últimos 20 anos, mas temos a possibilidade de taxar essas big techs”, explica Samira.

“A intenção é dar emprego para o jornalista e levar informação onde não tem. O Sindicato é parceiro da Fenaj em todas as ações, que também participa das nossas ações, como na luta pela vacina contra a Covid-19 para os profissionais”, afirma o presidente do SindJor.

(Foto: Luiz Alberto)

Desafios – Samira Castro ainda falou sobre a violência que a profissão está enfrentando e a falta de recursos como desafios para os jornalistas no Brasil. Ela ainda citou que na última semana houve diversas denúncias dos sindicatos de agressões físicas e verbais, além de impedimento do exercício profissional, que preocupam a Federação

“Neste momento, há a falta de compreensão da população da importância do próprio jornalismo. Hoje, estamos vivendo uma escalada de violência no jornalismo sem precedentes na história do país, inclusive na época da ditadura militar não se via uma onda de agressão a jornalistas tão forte”, afirma a presidente.

“A população não está defendendo seu principal direito, pois quando atacam um jornalista, estão atacando o direito de ser informada”, conclui.

Fonte: Diário Digital



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