Blogueiro foragido por atentado com bomba no DF é suspenso por sindicato de jornalistas do Ceará

Wellington Macedo de Souza é investigado por tentar implantar uma bomba em um caminhão em Brasília. Ele é filiado ao Sindjorce, mas a entidade suspendeu a filiação.

Wellington Macedo de Souza, 47 anos, foragido por tentar implantar uma bomba em um caminhão em Brasília, foi suspenso pelo Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce), nesta segunda-feira (23). Ele, que atuava como blogueiro, possui filiação na entidade, mas o vínculo foi suspenso.

Ele foi preso por divulgar fake news e estimular atos contra a democracia. Em dezembro de 2022, quando participou da tentativa de explodir um caminhão com combustível próximo a um aeroporto em Brasília, ele usava tornozeleira eletrônica.

O Sindjorce organizou uma assembleia geral para tratar da suspensão na noite desta segunda. “Vai ser notificado e após isso aplicamos a penalidade em definitivo. Estamos cumprindo passo a passo o rito”, explicou o presidente do Sindjorce, Rafael Mesquita. Após a suspensão, a situação do blogueiro pode evoluir para expulsão da entidade.

Wellington virou alvo de investigação após imagens captadas por câmeras de segurança de uma loja e do próprio caminhão onde a bomba foi plantada. É possível ver o momento em que o carro de Wellington se aproxima lentamente do veículo, para que o cúmplice Alan Diego dos Santos Rodrigues coloque a bomba.

Wellington Macedo, natural de Sobral, é bolsonarista radical com forte presença nas redes sociais. Wellington teve a prisão decretada por Alexandre de Moraes por incentivar atos antidemocráticos no dia 7 de setembro de 2021. Desde então, cumpria prisão domiciliar e usava tornozeleira eletrônica. Mesmo assim, frequentava o acampamento bolsonarista.

Wellington é investigado pela Polícia Civil do Ceará por divulgar vídeos com cenas de abusos sexuais de crianças e adolescentes no município de Sobral. Segundo a denúncia, a postagem com cenas de abuso foi publicada no perfil das redes sociais de Wellington em 2021, quando ele era servidor do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, que tinha Damares Alves como titular.

A abertura do inquérito policial, apurado pela Delegacia Municipal de Sobral, foi solicitada pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) em junho de 2020, após o órgão receber denúncia de que o blogueiro havia divulgado vídeos de abuso infantil em uma reportagem veiculada no Instagram dele.

A investigação apura se Wellington cometeu o crime previsto no artigo 241-A do Estatuto da Criança e do Adolescente, por divulgar vídeo que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente. O artigo prevê como pena reclusão, de três a seis anos, e multa.

A denúncia sobre o caso foi apresentada a Justiça em dezembro de 2022, mas o inquérito não foi concluído, pois Wellington Macedo não foi localizado para ser ouvido. Em janeiro deste ano, a Justiça deu a polícia o prazo de 60 dias para cumprir as apurações requisitadas.

Violação de cadáver Welington Macedo tem antecedentes por contravenção penal, denunciação caluniosa e crime contra a incolumidade pública. Ele também é investigado por dano qualificado, incêndio majorado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado.

Ele já foi autuado na Justiça cearense por usar a foto de uma mulher morta, sem autorização da família da vítima, em uma fake news divulgada por ele sobre a primeira pessoa morta por Covid-19 na cidade de Sobral.

O caso de vilipêndio de cadáver ocorreu em março de 2020, quando o município ainda não tinha registrado óbitos pela Covid.

Conforme os documentos aos quais o g1 teve acesso, na denúncia consta que Macedo fez postagem em sua rede social do caixão aberto com o corpo enrolado em um pano branco, com um papel escrito “Óbito Covid-19”. Na legenda ele divulgou a identidade da mulher de 51 anos e afirmou que ela era a primeira vítima da doença no município.

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