Sindicato, estudantes e professores celebram mês do jornalista na Fametro
A valorização profissional, direitos trabalhistas e a ética na produção jornalística foram temas abordados
Com uma abordagem focada na valorização da categoria, o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Amazonas (SINJOR/AM), Wilson Reis, realizou palestra com o tema “Quem defende o jornalismo, valoriza os e as jornalistas”, na Faculdade Metropolitana de Manaus – Fametro, localizada na avenida Constantino Nery, Manaus-Amazonas, marcando o final das celebrações e atividades no mês do jornalista brasileiro.
Durante a apresentação, Reis conduziu o debate essencial sobre questões cruciais ao futuro da profissão, como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Diploma 206/2012, a Pejotização; os esforços coletivo da Fenaj e os sindicatos para combater a violência direcionada aos jornalistas; a luta pela implementação do Piso Salarial Nacional; e a discussão em torno da Taxação das grandes empresas de tecnologia (Big Techs).
A palestra atraiu acadêmicos de Jornalismo do 1º, 3°, 5° e 7º períodos da instituição de ensino, a coordenação da Fametro, professores do curso de Comunicação e o jornalista, escritor e professor de inglês Roberto Zuazo, evidenciando o interesse da comunidade acadêmica nas pautas do jornalismo apresentadas pelo sindicato.
“É preciso que a faculdade, os alunos, os professores, possam discutir isso nas aulas ou em aulas especiais, porque precisamos aprender essa realidade, que daqui a pouco eles vão estar enfrentando na relação direta no mercado de trabalho. E a gente, enquanto sindicato, tem o interesse de que a gente possa superar. Pejotização hoje é sinônimo de precarização. Então, nós não a defendemos. Nós defendemos, na verdade, a CLT, o emprego direto, a garantia dos benefícios que a CLT traz como melhores salários, décimo terceiro, férias quando da rescisão do contrato de trabalho, o pagamento de horas extras, se houver, o recolhimento do FGTS. Então, todos esses direitos que estão no escopo dos encargos sociais das empresas, ele é uma conquista que a gente não pode abrir mão em nome da modernidade tecnológica, porque ela, nesse sentido, acaba sendo falsa”, destacou Reis.
Para a estudante de jornalismo, Raquel Batista, do terceiro período, a aproximação do Sinjor/Am com a Fametro, é positiva para os alunos e a faculdade.
“O aluno tem que estar consciente do que já está acontecendo no mercado de trabalho. Ele entende que não vai ser florido, lindo, mas, entender que tem uma realidade acontecendo por trás. O meu pai, ele é sindicalista, porém, dos bancários. Então eu sei o quão importante é, porque a gente não acredita assim: ‘Ah, para que esse sindicato?’ Até realmente precisar. Além de outras questões, que estão ligadas à saúde mental. Então é muito importante você tá consciente e saber”, disse a estudante.
O estudante Gabriel Horta, sexto período, afirma que a palestra do Sinjor/AM na instituição de ensino é oportuna,
Esse evento na verdade veio num momento oportuno, algo que eu penso, desde o início da faculdade, é o que significa ser jornalista. Quando entrei no curso havia uma ideia muito fechada, do que era ser jornalista, do que eu seria quando eu terminasse o curso, como seria o meu trabalho e agora com todas as mudanças da pejotização, precarização do trabalho e jornalismo multimídia. Tenho visto que isso tudo tem mudado”.
Gabriel Horta afirma que a palestra veio para mostrar as mudanças que estão afetando o jornalismo e os jornalistas, o que se pode fazer para combater.
“Para combater a precarização, temos que lutar pela PEC do Diploma, para garantir uma qualidade de emprego melhor, para a nossa categoria, porque todos somos alunos, todos vão sair daqui e vão assumir o papel de jornalista. Então, é muito importante que lutemos para garantir salário digno, qualidade de trabalho, um trabalho que nos permite ter uma boa qualidade de vida”.
O acadêmico Gabriel Horta acrescentou que o evento foi importante e extremamente oportuno, onde teve contato pela primeira vez com os jornalistas do Sindicato.
“É importante termos essas discussões, como estudante, saber o que nos espera na frente. Aqui na faculdade a gente tem experiência de estágio, mas o estágio não é ainda 100%, o que é a vida real. Então, temos esse contato com o sindicato, onde apontou os nossos desafios, o que nos espera, quais são as nossas desventuras que teremos que passar. É muito importante poder ter uma noção do que nos espera da porta para fora da faculdade. O Sindicato também trouxe uma esperança para mim de que isso pode mudar, podemos voltar a ter um trabalho de qualidade, um trabalho seguro. Então a minha surpresa não veio nos desafios, mas veio na busca da solução que a gente está tendo”, relatou o estudante.
Foto: Francisco Cabral