Manuela d’Ávila, Tanara Lauschner, Anne Moura e Michelle Andrews se encontraram em uma mesa-redonda para debater o fenômeno das notícias falsas.
Um debate diante de uma plateia atenta reuniu um time de mulheres no Largo São Sebastião, no final da tarde desta quinta-feira, 11. Tanara Lauschner, Anne Moura, Michelle Andrews e Manuela d’Ávila se encontraram em uma mesa-redonda para debater o fenômeno das notícias falsas. Intitulado “Fake News: como combater o mal do século 21”, o encontro faz parte do projeto “Reconstruindo Novos Futuros”.
Em entrevista a REVISTA CENARIUM, a militante política e ativista no combate às fake news Manuela d’Ávila comentou sobre a quem interessa o mercado das notícias falsas e quem colhe frutos com esse fenômeno. “Lucraram e lucram, sobretudo, as empresas que recebem, hoje, a maior parte do dinheiro de propagandas do País, e lucram também os políticos extremistas, já que o algoritmo tem predileção pelo extremismo”, acusou.
A ativista, que foi deputada federal pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e candidata à vice-presidente na chapa de Fernando Haddad, em 2018, foi questionada sobre o papel do aplicativo Telegram na luta para desqualificar o projeto de lei N° 2630 ou a Lei das Fake News. “O engraçado é que o Telegram foi noticiado sobre dezenas de ações do que acontecia na sua plataforma e nunca respondeu às autoridades brasileiras, e parece que ontem [quarta-feira,10], eles se deram conta que são obrigados a responder à legislação do nosso País”, disparou.
Regras
Manuela continuou suas críticas ao comportamento das “Big Techs”, que são as grandes corporações de tecnologias como Google, Telegram, Instagram, WhatsApp, entre outras. “É preciso que falemos sobre esse tema. Existem empresas que não cumprem as regras do nosso País. Todas as empresas cumprem regras. Quem tem um táxi cumpre regras, quem tem um salão de beleza cumpre regras, quem tem restaurante cumpre regras. Só quem não cumpre regra, no Brasil, são as ‘Big Techs’”, sentenciou.
Ainda segundo a militante, posicionamentos como o da rede Telegram denotam o temor que essas corporações tem ao projeto de lei em debate no parlamento brasileiro. Indagada sobre quais os pontos considerados delicados para as “Big Techs”, no debate brasileiro, ela respondeu: “A transparência e a responsabilidade do cuidado e a responsabilidade solidária quando lucram com conteúdos de ódio e violência”, resumiu Manuela d’Ávila.
Mencius Melo – Da Revista Cenarium
Fotos: Ricardo Araújo/Revista Cenarium