Delegações indígenas de Manaus e entorno unem-se no ato em defesa do povo Yanomami, nesta sexta (10)
Indígenas dos municípios de Itacoatiara, Manacapuru, Iranduba, Santa Isabel do Rio Negro, Barcelos e São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, e de Roraima, promoveram ato público nesta sexta-feira, 10, às 16h, na Praça do Congresso, Centro de Manaus (AM), em alusão ao Dia Internacional dos Direitos Humanos. A mobilização conta com a organização da Frente Amazônica de Mobilização em Defesa dos Direitos Indígenas (FAMDDI).
Associações e organizações indígenas e indigenistas de Manaus e entorno unem-se em apoio ao povo Yanomami, que vem passando por graves ameaças pela negligência do atendimento de saúde e proteção do território que é o maior demarcado no País.
De acordo com o professor Gersem Baniwa, coordenador da FAMDDI, este é um grito de socorro e de resistência, pertencente a toda sociedade. “Em um momento em que os direitos humanos do povo Yanomami estão em evidência de ataque e violência é justa e necessária a defesa e a solidariedade a esse povo. É pelo seu direito à vida, pelo seu direito à existência da forma que quiserem que vamos ecoar nossa voz nesse dia 10 de dezembro de 2021, Dia Internacional dos Direitos Humanos”.
Do Amazonas, participam do ato público Erica Vilela Figueiredo, presidente da Associação de Mulheres Indígenas Kumirãyõma, e Vilmar da Silva Matos, secretário-geral da Associação Yanomami do Rio Cauaburis e Afluentes (AYRCA), do município de São Gabriel da Cachoeira; Carlito Iximaweteri Yanomami, tuxaua ; Samuel Kohito Yanomami, liderança e Odorico Yanomami, conselheiro estadual de educação escolar indígena, do rio Marauiá, Santa Isabel do Rio Negro; além de Edgar Yanomami, Irineu Yanomami, Sidney Yanomami, do rio Demeni, município de Barcelos.
De Roraima, os representantes são Eliseu Xirixana Yanomami, Ivan Xirixana e Rivaldo Xirixana. A vinda da delegação conta com o apoio da Hutukara Associação Yanomami.
Dos municípios do entorno de Manaus, delegações indígenas de Itacoatiara, Iranduba e Manacapuru também integram o ato, além de organizações indigenistas.
Desde o ano de 1950, em 10 de dezembro, a oficialização da Declaração Universal dos Direitos Humanos pela Organização das Nações Unidas (ONU) é celebrada em todo o mundo. Este ano, o documento criado em 1948, completa 73 anos. No entanto, na contramão da história, o mundo assiste ao genocídio de povos originários com a pressão sobre seus territórios e negligência do atendimento básico de saúde.
Maior território demarcado no Brasil, a Terra Indígena Yanomami possui 9,6 mil hectares, equivalente ao tamanho de Portugal, onde habitam mais de 30 mil indígenas em 321 aldeias, incluindo povos recentemente contatados e alguns em isolamento voluntário.
Sobre a FAMDDI
Criada em 14 de dezembro de 2018, durante o IV Encontro do Fórum de Educação Escolar Indígena do Amazonas (Foreeia), a FAMDDI reúne entidades indígenas e não indígenas voluntárias como o próprio Foreeia, Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (ADUA), Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno (Copime), Associação das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro (Amarn), Serviço de Cooperação com o Povo Yanomami (Secoya), Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental (SARES) e Mandato Popular do deputado federal José Ricardo (PT/AM).
Fonte/Divulgação: FAMDDI